O ministro-chefe
do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, afirmou
nesta terça (12) que há entidades e organizações não-governamentais (ONGs)
estrangeiras, além de autoridades internacionais que querem interferir no
tratamento dispensado à Amazônia brasileira. Segundo ele, o tema é de
"soberania" nacional. "[Da] Amazônia brasileira quem cuida é o
Brasil."
"Não vou me meter na Amazônia colombiana, eles fazem o
que eles quiserem. Na Amazônia peruana eles fazem o que eles quiserem, desde
que o que for feito não afete a integridade ecológica da nossa Amazônia",
disse o general no velório do jornalista Ricardo Boechat, em São Paulo.
Para o ministro, cada país deve ser responsável por sua
soberania. "O Brasil não dá palpite no deserto do Saara, na Floresta da
Ardenas, no Alasca, cada país cuida da sua soberania. Eu estou preocupado que o
sínodo não entre em assuntos que são afetos a soberania."
Sínodo
O ministro respondeu a perguntas sobre as discussões no Sínodo
Extraordinário de Bispos sobre a Amazônia, organizado pela Igreja Católica, que
ocorrerá em outubro, no Vaticano. As discussões no Sínodo serão em torno do
tema "Amazônia: novos caminhos para a Igreja e por uma ecologia
integral".
"O que eu acho que tem que ser uma preocupação nossa é não
deixar que entidades estrangeiras, ONGs estrangeiras, chefes de Estado
estrangeiros, às vezes por trás dessas ONGs, queiram dar palpite em como deve
ser tratada a Amazônia brasileira", afirmou Heleno.
Segundo o ministro Augusto Heleno, o Brasil tem políticas
sustentáveis adequadas e que devem ser respeitadas. "Nós sabemos o que tem
que fazer. Nós sabemos fazer desenvolvimento sustentável, segurar o
desmatamento. Nós somos o país que menos desmatou no mundo até hoje. A gente
fica engolindo umas coisas que não tem que engolir", disse.
Boechat
Representando o presidente Jair Bolsonaro, que se recupera de
uma cirurgia para reconstrução do trânsito intestinal, Augusto Heleno disse no
velório que a morte de Boechat será um desfalque no jornalismo brasileiro.
"[Vim] trazer a mensagem do governo brasileiro, mostrar que
nós sentimos bastante esse desfalque no nosso jornalismo", enfatizou o
ministro ao chegar ao velório, no Museu da Imagem e do Som, na zona oeste
paulistana
O ministro destacou a "honestidade intelectual" de
Boechat. "Ele tinha uma honestidade intelectual incrível. Tinha coisa que
ele falava, porque tinha fontes que o alimentavam com uma determinada versão,
depois ele sabia a versão correta, ele imediatamente retificava o que ele tinha
falado. Isso é um sinal de grandeza muito grande", disse.
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